• Tenda dos milagres

    Jorge Amado

    Companhia das Letras

    Sobre o pano de fundo da discussão das teorias raciais que infestaram os meios intelectuais brasileiros no começo do século XX, o escritor compõe uma história viva da cultura popular baiana e discute a reconstrução deturpada do passado pelos detentores do poder político, intelectual e econômico. Na Tenda dos Milagres, na ladeira do Tabuão, em Salvador, onde o amigo Lídio Corró mantém uma modesta tipografia e pinta quadros de milagres de santos, o mulato Pedro Archanjo atua como uma espécie de intelectual orgânico do povo afro-descendente da Bahia. Autodidata, seus estudos sobre a herança cultural africana e sua defesa entusiástica da miscigenação abalam a ortodoxia acadêmica e causam indignação entre a elite branca e racista. A história é contada retrospectivamente, em dois tempos. Em 1968, a passagem por Salvador de um célebre etnólogo americano admirador de Archanjo desencadeia um revival de sua vida e obra. Para a comemoração do centenário de nascimento do herói redescoberto, arma-se todo um circo midiático. Contrapondo-se a essa apropriação política da imagem de Archanjo, sua trajetória é narrada paralelamente como foi preservada na memória do povo: os amores, as polêmicas com os luminares da universidade, os confrontos com a polícia. Ao contar a história desse herói complexo, também conhecido como "Ojuobá, os olhos de Xangô", Jorge Amado traça um painel da cultura negra baiana e de sua resistência contra a repressão violenta a que foi submetida nas primeiras décadas do século XX, resgatando e exaltando manifestações como o candomblé, a capoeira, os afoxés e o samba de roda. Escrito em 1969, com a verve e a sensualidade habituais do autor, Tenda dos Milagres atesta seu amor à cultura afro-brasileira e seu humanismo radicalmente libertário. Foi adaptado com sucesso para o cinema, por Nelson Pereira dos Santos, e para a televisão, como minissérie da Rede Globo. Além do posfácio do historiador João José Reis, a nova edição traz ainda cronologia e caderno de imagens com fotografias, ilustrações e capas de edições estrangeiras do romance. Este e-book não contém as imagens presentes na edição impressa.
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    Páginas 320
    Peso do arquivo 701,98 kB
    Ano da publicação 2008

    Sinopse

    Sobre o pano de fundo da discussão das teorias raciais que infestaram os meios intelectuais brasileiros no começo do século XX, o escritor compõe uma história viva da cultura popular baiana e discute a reconstrução deturpada do passado pelos detentores do poder político, intelectual e econômico. Na Tenda dos Milagres, na ladeira do Tabuão, em Salvador, onde o amigo Lídio Corró mantém uma modesta tipografia e pinta quadros de milagres de santos, o mulato Pedro Archanjo atua como uma espécie de intelectual orgânico do povo afro-descendente da Bahia. Autodidata, seus estudos sobre a herança cultural africana e sua defesa entusiástica da miscigenação abalam a ortodoxia acadêmica e causam indignação entre a elite branca e racista. A história é contada retrospectivamente, em dois tempos. Em 1968, a passagem por Salvador de um célebre etnólogo americano admirador de Archanjo desencadeia um revival de sua vida e obra. Para a comemoração do centenário de nascimento do herói redescoberto, arma-se todo um circo midiático. Contrapondo-se a essa apropriação política da imagem de Archanjo, sua trajetória é narrada paralelamente como foi preservada na memória do povo: os amores, as polêmicas com os luminares da universidade, os confrontos com a polícia. Ao contar a história desse herói complexo, também conhecido como "Ojuobá, os olhos de Xangô", Jorge Amado traça um painel da cultura negra baiana e de sua resistência contra a repressão violenta a que foi submetida nas primeiras décadas do século XX, resgatando e exaltando manifestações como o candomblé, a capoeira, os afoxés e o samba de roda. Escrito em 1969, com a verve e a sensualidade habituais do autor, Tenda dos Milagres atesta seu amor à cultura afro-brasileira e seu humanismo radicalmente libertário. Foi adaptado com sucesso para o cinema, por Nelson Pereira dos Santos, e para a televisão, como minissérie da Rede Globo. Além do posfácio do historiador João José Reis, a nova edição traz ainda cronologia e caderno de imagens com fotografias, ilustrações e capas de edições estrangeiras do romance. Este e-book não contém as imagens presentes na edição impressa.
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    Ficha técnica

    • Autor(a) Jorge Amado
    • Tradutor(a)
    • Gênero Literatura Mundial
    • Editora Companhia das Letras
    • Páginas 320
    • Ano 2008
    • Edição
    • Idioma Português
    • ISBN 9788580860078
    • Peso do arquivo 701,98 kB